sábado, 8 de maio de 2010

O MÉDIUM DE PÉS DESCALÇOS

sábado, 8 de maio de 2010

Esta feliz denominação, com referência a Chico Xavier, não me pertence. A primeira vez que a ouvi foi da boca deste companheiro, que me serve de instrumento às garatujas despretensiosas que insisto em escrever de uma Vida para outra.

Numa de suas visitas à minha casa, ele me deixou profundamente emocionado, ao me contar: – “Dr. Inácio, o Chico, quando psicografa, tira os sapatos e fica descalço, sob a mesa...”

Há pouco, nas paragens da Vida Maior, numa tertúlia com amigos comuns, dentre os quais destaco Rômulo Joviano, Zeca Machado, Clóvis Tavares, José Gonçalves Pereira, Spartaco Ghilardi e tantos outros, mencionei a conversa em que o médium amigo me contara sobre o hábito de Chico psicografar descalço. – “É verdade, Doutor – explicou Rômulo, com a anuência dos demais. – Desde Pedro Leopoldo, quer fosse às reuniões do Centro Espírita “Luiz Gonzaga” ou mesmo no porão de minha casa, na Fazenda-Modelo, Chico tirava os sapatos para receber os espíritos... Preocupada com a friagem do solo – a Fazenda ficava numa vasta região de brejo –, por insistência de minha esposa, ele passou, então, a aceitar um pedaço de papelão que o protegesse – depois, um pouco mais tarde, mandei confeccionar uma espécie de estrado de madeira para ele apoiar os pés. Não deixava de ser engraçado e pitoresco, pois, não raro, quando a psicografia terminava, todo o mundo saía, procurando os sapatos de Chico, que iam parar na outra ponta da mesa ou nos fundos do quintal, carregados por algum cachorro...”

- “Em Uberaba também era assim – emendou Gonçalves. – E fora de Uberaba também! Certa vez, participamos com ele de uma reunião comemorativa na “Casa Transitória”. Observei que Chico, enquanto escrevia, discretamente tirou os sapatos e ficou esfregando um pé no outro, feito uma criança a brincar...”

- “Quanta simplicidade e beleza espiritual!” – exclamou Clóvis, de olhos lacrimejantes.

- “E quantos exemplos para todos nós, médiuns de ontem e de hoje!” – afirmou Spartaco.

- “Principalmente para os médiuns de hoje – não perdi ocasião de enfatizar. – Com uma ou outra exceção, a turma hoje está psicografando de botinhas...”

O pessoal sorriu e eu continuei:

- “Nada, é óbvio, contra as preferências de alguém... Para mim, eles podem até psicografar de sandálias, dessas que não têm cheiro e não soltam a tinta... A coisa não está no pé – está na cabeça! E mais: está no coração!”

Enquanto a turma arregalava os olhos, ante o meu jeito espontâneo de ser, continuei:

- “O problema grave que vejo nisso tudo é que o pessoal fica nessa competição de quem usa o salto mais alto... Que contraste! Chico descalço, e eles de salto tipo “Luís XV”... Chico rente ao chão e eles nas alturas!...”

Foi quando Zeca, que ainda não tinha falado, rematou com a nossa plena aprovação:

- “Doutor, ao rés do chão, Chico estava com a cabeça nas estrelas... O que está faltando no Movimento Espírita da Terra é médium de pés descalços! Digo mais: de espíritas em geral, despidos de toda vaidade! O salto, de fato, anda muito desproporcional...”

- “É por isso, Zeca – conclui –, que eu sempre ando de serrote nas mãos...”


 INÁCIO FERREIRA

Uberaba - MG, 1º de dezembro de 2009.

Queridos leitores, este texto foi retirado do Blog do Dr. Inácio Ferreira.
Não deixem de visitar! Vocês vão gostar!
http://www.inacioferreira-baccelli.zip.net

2 bilhetes:

Joyce Abdala Bandeira disse...

Oi amiga!!!! Tudo bom!!!! Eu fico uns temps sem visitar voce edepois tem um mont de coisa boa pra ler!!!!! Realmente Chico Xavier foi e sempre sera um grande exemplo de magnitude e humildade, de sapienzia e simplicidade ao mesmo tempo!!!!!Um beijão para voce e toda a sua linda familia e um "FELIZ DIA DAS MÃES"!!!!

Pelos caminhos da vida. disse...

Profissão Mãe.


Uma mulher chamada Ana foi renovar sua carteira de motorista.
Pediram-lhe para informar qual era sua profissão.
Ela hesitou, sem saber como se classificar.

"O que eu pergunto é se tem algum trabalho", insistiu o funcionário.
"Claro que tenho um trabalho" exclamou Ana. "Sou mãe!"

"Nós não consideramos mãe um trabalho. Vou colocar dona de casa", disse o funcionário friamente.

Não voltei a lembrar-me desta história até o dia em que me encontrei em situação idêntica. A pessoa que me atendeu era obviamente uma funcionária de carreira, segura, eficiente, dona de um título sonante.

"Qual é a sua ocupação?" perguntou.
Não sei o que me fez dizer isto. As palavras simplesmente saltaram-me da boca para fora: "Sou Doutora em Desenvolvimento Infantil e em Relações Humanas."

A funcionária fez uma pausa, a caneta de tinta permanente a apontar pra o ar, e olhou-me como quem diz que não ouviu bem.
Eu repeti pausadamente, enfatizando as palavras mais significativas.

Então reparei, maravilhada, como ela ia escrevendo, com tinta preta, no questionário oficial.

"Posso perguntar" disse-me ela com novo interesse "o que faz exatamente?"

Calmamente, sem qualquer traço de agitação na voz, ouvi-me responder: "Desenvolvo um programa de longo prazo (qualquer mãe faz isso), em laboratório e no campo experimental (normalmente eu teria dito dentro e fora de casa).
Sou responsável por uma equipe (minha família), e já recebi quatro projetos (todas meninas).
Trabalho em regime de dedicação exclusiva (alguma mulher discorda?).
O grau de exigência é a nível de 14 horas por dia (para não dizer 24)"

Houve um crescente tom de respeito na voz da funcionária, que acabou de preencher o formulário, se levantou, e pessoalmente abriu-me a porta.

Quando cheguei em casa, com o título da minha carreira erguido, fui recebida pela minha equipe: uma com 13 anos, outra com 7 e outra com

Do andar de cima, pude ouvir meu novo experimento - um bebê de seis meses - testando uma nova tonalidade de voz.
Senti-me triunfante!

Maternidade... que carreira gloriosa!

Assim, as avós deviam ser chamadas Doutora-Sênior em Desenvolvimento Infantil e em Relações Humanas, as bisavós Doutora-Executiva-Sênior em Desenvolvimento Infantil e em Relações Humanas e as tias Doutora-Assistente.

Uma homenagem carinhosa a todas as mulheres, mães, esposas, amigas, companheiras, Doutoras na Arte de Fazer a Vida Melhor!

(Marcelo Dias).

beijooo.

 
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