domingo, 2 de janeiro de 2011

CHICO XAVIER E A MULTIDÃO

domingo, 2 de janeiro de 2011

Estávamos na residência do Chico. Seu estado de saúde não lhe permitia deslocar-se até o Centro. A multidão se comprimia lá na rua em frente. Quando o portão se abriu, a fila de pessoas tinha alguns quarteirões. Foram passando uma a uma em frente ao Chico. Pessoas de todas as idades, de todas as condições sociais e dos mais distantes lugares do País. Algumas diziam: - Eu só queria tocá-lo... - Meu maior sonho era conhecê-lo... - Só queria ouvir sua voz e apertar sua mão. Uns queriam notícias de familiares desencarnados, espantar uma idéia de suicídio. Outros nada diziam, nada pediam, só conseguiam chorar. Com uma simples palavra do Chico, seus semblantes se transfiguravam, saíam sorridentes. Ao ver as pessoas ansiosas para tocá-lo, a interminável fila, a maneira como ele atendia a todos fiquei pensando: "Meu Deus, a aura do Chico é tão boa... seu magnetismo é tão grande, que parece que pulveriza nossas dores e ameniza nossas ansiedades". De repente, ele se volta para mim e diz: - Comove-me a bondade de nossa gente em vir visitar-me. Não tenho mais nada para dar. Estou quase morto. Por que você acha que eles vêm? Perguntou-me e ficou esperando a resposta. Aí, pensei: Meu Deus, frente a um homem desses, a gente não pode mentir nem dizer qualquer coisa que possa vir ofender a sua humildade (embora ele sempre diga que nunca se considerou humilde). Comecei então a pensar que quando Jesus esteve conosco, onde quer que aparecesse, a multidão o cercava. Eram pessoas de todas as idades, de todas as classes sociais e dos mais distantes lugares. Muitos iam esperá-lo nas estradas, nas aldeias ou nas casas onde Ele se hospedava. Onde quer que aparecesse, uma multidão o cercava. Tanto que Pedro lhe disse certa vez: "Bem vês que a multidão te comprime". Zaqueu chegou a subir numa árvore somente para vê-lo. Ver, tocar, ouvir era só o que queriam as pessoas. Tudo isso passou pela minha cabeça com a rapidez de um relâmpago. E como ele continuava olhando para mim esperando a resposta, animei-me a dizer: - Chico, acho que eles estão com saudades de Jesus.
Palavras tiradas do fundo do coração, penso que elas não ofenderam sua modéstia. A multidão continuou desfilando. Todos lhe beijavam a mão e ele beijava a mão de todos. Lá pelas tantas da noite, quando a fila havia diminuído sensivelmente, percebi que seus lábios estavam sangrando. Ele havia beijado a mão de centena de pessoas. Fiquei com tanta pena daquele homem, nos seus oitenta e oito anos, mais de setenta dedicados ao atendimento de pessoas, que me atrevi a lhe perguntar: - Por que você beija a mão deles? A humildade de sua resposta continuará emocionando-me sempre: - Porque não posso me curvar para beijar-lhes os pés.

[Adelino da Silveira]

"Viver é sempre dizer aos outros que eles são importantes,
Que nós os amamos,
Porque um dia eles se vão e ficamos com a nítida impressão de que não os amamos o suficiente."

[Chico Xavier]

6 bilhetes:

Nina Dias disse...

Oi Gislene, essa história do Chico, melembra que viemos para servir e não ser servidos,mas como a nós é difícil nos humanizar.Beijos NIna
Feliz 2011!!

ValériaC disse...

Ah querida, definitivamente Chico Xavier foi e é um ser divino, um ser de imenso Amor em si...

Como é importante amarmos e deixarmos que este amor transpareça...

Doce domingo...beijinhos
Valéria

Entremares disse...

É verdade... e essa mensagem vale a pena... posso contar-te um segredo? O Entremares... voltou. Espero ainda conseguir fazer café, ajudas a transportar uns bolinhos até à praia?

Um beijo, amiga.
Rolando

Nina Dias disse...

Oi, Gislene, obrigada pelo carinho com o Pedro.Parabéns ao seu pai também, que ele tenha muita saúde para muitos aniversários! Feliz 2011, beijos Nina

Cy Calfat disse...

Que lindo Gislene!!!!

Elizabeth disse...

Oi Gi,
Que liçao!!!
Beijo.

 
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