"Ah, essas esculturas de gaze do vento, sempre errantes entre o céu e a terra, como os sonhos do homem."
[Mário Quintana]
"Os sonhos perdidos atrapalham a felicidade, mas fazem parte do acervo de cada um. Ninguém passa incólume a eles. Se eles não existissem, não haveria aquela formidável tocha que se alimenta da dor para produzir romances, poemas, canções, quadros, filmes que iluminam e aquecem a humanidade. O sonho realizado morre. O sonho perdido se eterniza. E a maior miséria é não ter uma coleção de lindos sonhos perdidos."
[Trecho da crônica Felicidade, da escritora caxiense Maria Helena Balen - Livro: Divisor de Águas]
"(...)Devia era, logo de manhã, passar um sonho pelo rosto. É isso que impede o tempo e atrasa a ruga."
"O rouge virou blush. O pó-de-arroz virou pó-compacto. O brilho virou gloss. O rímel virou máscara incolor. A Lycra virou stretch. Anabela virou plataforma. O corpete virou porta-seios. Que virou sutiã. Que virou silicone. A peruca virou aplique… interlace… megahair… alongamento. A escova virou chapinha. ‘Problemas de moça’ viraram TPM. Confete virou MMs. A crise de nervos virou estresse. A purpurina virou gliter. A tanga virou fio dental. E o fio dental virou anti-séptico bucal. Ninguém mais vê: O à-la-carte porque virou self-service. A tristeza agora é depressão. O espaguete virou miojo pronto. A paquera virou pegação. A gafieira virou dança de salão. O que era praça virou shopping. A areia virou ringue. O LP virou CD. A fita de vídeo é DVD. O CD já é MP3. É um filho onde eram seis. O álbum de fotos agora é mostrado por e-mail. O namoro agora é virtual. A cantada virou torpedo. E do ‘não’ não se tem medo. O break virou street. O samba, pagode. O carnaval de rua virou Sapucaí. O folclore brasileiro, halloween. O piano agora é teclado, também. O forró de sanfona ficou eletrônico. Fortificante não é mais Biotônico. Polícia e ladrão virou Counter Strike. Fauna e flora a desaparecer. Lobato virou Paulo Coelho. Caetano virou um pentelho. Elis ressuscitou em Maria Rita. Raul e Renato. Cássia e Cazuza. Lennon e Elvis. A AIDS virou gripe. A bala antes encontrada agora é perdida. A violência está maldita. A maconha é calmante. O professor é agora o facilitador. As lições já não importam mais. A guerra superou a paz. E a sociedade ficou incapaz. De tudo. Inclusive de notar essas diferenças."— [Luis Fernando Veríssimo]
"Sei de cor os caminhos da fuga. Como nos tornarmos hábeis em inventar pretextos, contextos, textos, para fugir de nós mesmos. Como nos tornarmos hábeis em inventar pretextos, contextos, textos, para fugir dos outros, às vezes tão amados. Como dizemos bobagens quando queremos apenas dizer o nosso amor, o nosso medo, a nossa música, a nossa humanidade, a nossa divindade, a nossa vastidão. Sei de cor os caminhos da fuga. Os mecanismos conhecidos e aqueles outros todos que inventamos, assustados, pela estrada. Sei de cor que fugir, por mais incrível que pareça, acaba nos levando, cada vez mais um pouquinho, para mais perto dos encontros."
"... se não achas dentro de ti mesmo aquilo que buscas, tão pouco poderás achar fora. Se tu ignoras as excelências de tua própria casa, como pretendes encontrar outras excelências? Em ti está oculto o Tesouro dos tesouros. Oh! Homem! Conhece a ti mesmo e conhecerás o universo e os Deuses..."
"Abençoadas sejam as dádivas generosas que nos surpreendem.
Elas não sabem o quanto às vezes, tantas vezes, nos salvam de nós mesmos."
[Ana Jácomo]
"(...)Alegre-se. Você permanece [sendo] a minha verdade, o meu tesouro, o meu tudo como eu sou o teu. Os deuses devem nos mandar o restante, aquilo que deve ser para nós e será."
"Que é uma lágrima? A ciência dar-nos-á uma explicação positiva; a poesia dirá que é o soro da alma, a linguagem do coração. Bem pouco avulta essa leve gota de humor que os olhos vertem por alguma causa física ou moral. É nada e é tudo; para os ânimos práticos é um sinal de fraqueza; para os corações sensíveis é um objeto de respeito, uma causa de simpatia."
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[Machado de Assis, história de uma lágrima]
A minha dor eu sei resolver. Ainda que seja a custo alto, sei resolver. Pode ser com um calmante, um trabalho físico, um desabafo. Pode ser mexendo na horta, organizando as roupas no armário, limpando a casa, xingando Deus; eu sei resolver. Ainda que demore, resolvo. O que não sei resolver é a dor do outro. Fico mudo, meu braço sobra, minha mão falta, minha boca treme algum vento sem força. A dor do outro não se comunica. Não dá nem tira emprego. A dor do outro me isola. Tento uma brecha para falar, mas sinto-me intruso, incômodo, solteiro. Como uma casa em reforma. Toda dor só é compreensível no idioma da dor. Quem está de fora não entende, não tem razão, não alcança sentido. A dor não busca conselhos; a dor busca a pele para colocar por cima, busca cicatrizar a ferrugem e a maresia. A dor do outro é pedalar com a respiração. Ela me desfalca, me devassa, me faz duvidar de que eu podia ter ouvido. A dor do outro é a minha dor mais pessoal, porque é indiferente à minha própria dor. A dor do outro é uma parada de ônibus sem ônibus por vir. Uma parada de ônibus para se sentar e não ir.
A dor do outro fica no lugar da dor, não suporta um passo além do círculo de sua lembrança fixa. A dor do outro tem a altura de um grito que não é dado para não desperdiçar a dor. A dor do outro não ri, porque, séria, chega mais rápido ao seu fim. A dor do outro não se empresta, é dor de osso, dor que não se enxerga de dia e nem de noite. [...] A minha dor eu resolvo. A dor do outro não sei aonde colocar, onde me colocar. Faço como minha avó Elisa. Quando alguém recusava um abraço, ela pedia para devolvê-lo. Devolver o abraço é a dor do outro.
[Fabrício Carpinejar - Pássaros comem na mão, do livro "O Amor Esquece de Começar"]
"Não sou, nem devo ser a MULHER-MARAVILHA, apenas uma pessoa vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa... Uma mulher."
[Lya Luft]
"Tenho que ter paciência para não me perder dentro de mim: vivo me perdendo de vista.
Preciso de paciência porque sou vários caminhos, inclusive o fatal beco-sem-saída."
[Clarice Lispector, in Um Sopro de Vida]
"Os caminhos de uma mulher nem sempre são fáceis. É por isso que precisamos de sapatos divinos para tornar a caminhada mais divertida."
[Carrie Bradshaw
- personagem do filme Sex And The City]
"Não sei o que está acontecendo comigo, diz a paciente para o psiquiatra. Ela sabe. Não sei se gosto mesmo da minha namorada, diz um amigo para o outro. Ele sabe. Não sei se quero continuar com a vida que tenho, pensamos em silêncio. Sabemos sim. (...) A verdade grita. Provoca febres, salta aos olhos, desenvolve úlceras. Nosso corpo é a casa da verdade, lá de dentro vêm todas as informações que passarão por uma triagem particular: algumas verdades a gente deixa sair, outras a gente aprisiona. Mas verdade é só uma: ninguém tem dúvida sobre si mesmo."
"O melhor amor é sempre dentro e perto. Chega inesperado, vem forte, vem doce, acalma e desatina."
[Lya Luft]
"Pois de amor andamos todos precisados, em dose tal que nos alegre, nos reumanize, nos corrija, nos dê paciência e esperança, força, capacidade de entender, perdoar, ir para a frente. Amor que seja navio, casa, coisa cintilante, que nos vacine contra o feio, o errado, o triste, o mau, o absurdo e o mais que estamos vivendo ou presenciando."
[Carlos Drummond de Andrade - Notas sobre A Banda]
"O local de descanso da mente é o coração. A única coisa que a mente escuta o dia inteiro são sinos dobrando, barulho e discussão, e tudo que ela quer é tranquilidade. O único lugar em que a mente vai encontrar paz é dentro do silêncio do coração. É para lá que você tem de ir."
"Meu coração se transforma a cada experiência. Mas ainda palpita, sobressalta e se assusta. Ainda é vulnerável como quando eu tinha dez anos."
[Lya Luft]
SEM AVISO
1988
Sem aviso,
o vento vira
uma página da vida
[Helena Kolody, 1912 - 2004, poetisa brasileira]
"A vida é uma sequência de janelas e portas, janelas e portas, sonho e realidade.
Paixão é janela. Amor é porta. Decote e nudez. Namoro e casamento. Gravidez e filho. Preconceito e conceito. Janelas e portas, janelas e portas. O segredo é entrar e criar novas janelas, emoldurar outras cenas, fazer das verdades sonhos enjanelados.
Para que a vida, parede branca, tenha sempre novos quadros para contemplar."
"Quando o homem aprender a respeitar até o menor ser da criação, seja animal ou vegetal, ninguém precisará ensiná-lo a amar seus semelhantes." [Albert Schweitzer]
Paciência para as dificuldades. Tolerância para as diferenças. Benevolência para os equívocos. Misericórdia para os erros. Perdão para as ofensas. Equilíbrio para os desejos. Sensatez para as escolhas. Sensibilidade para os olhos. Delicadeza para as palavras. Coragem para as provas. Fé para as conquistas.
"Rir muito e com freqüência; ganhar o respeito de pessoas inteligentes e o afeto das crianças; merecer a consideração de críticos honestos e suportar a traição de falsos amigos; apreciar a beleza, encontrar o melhor nos outros; deixar o mundo um pouco melhor, seja por uma saudável criança, um canteiro de jardim ou uma redimida condição social; saber que ao menos uma vida respirou mais fácil porque você viveu. Isso é ter tido sucesso."
Nem todos podem tirar um curso superior. Mas todos podem ter respeito, alta escala de valores e as qualidades de espírito que são a verdadeira riqueza de qualquer pessoa.
"Só nos tornamos adultos quando perdemos o medo de errar. Não somos apenas a soma das nossas escolhas, mas também das nossas renúncias. Crescer é tomar decisões e depois conviver em paz com a dúvida. Adolescentes prorrogam suas escolhas porque querem ter certeza absoluta – errar lhes parece a morte. Adultos sabem que nunca terão certeza absoluta de nada, e sabem também que só a morte física é definitiva. Já “morreram” diante de fracassos e frustrações, e voltaram pra vida. Ao entender que é normal morrer várias vezes numa única existência, perdemos o medo – e finalmente crescemos."
__________Não sou completa. Completa lembra realizada. Realizada é acabada. Acabada é o que não se renova a cada instante da vida e do mundo. Eu vivo me completando, mas falta um bocado!_____ [Clarice Lispector]
"No mistério do sem-fim equilibra-se um planeta. E, no planeta, um jardim, e, no jardim, um canteiro; no canteiro uma violeta, e, sobre ela, o dia inteiro, entre o planeta e o sem-fim, a asa de uma borboleta."
Era uma vez uma menina, de olhos negros e longas tranças no cabelo.
Como todas as meninas, gostava de brincar com bonecas, em castelos e contos de fadas, inventando príncipes e princesas, reinos de magia, bolas de algodão doce e céus azuis pejados de arco-iris.
A infância era feliz.
Todas as infâncias deveriam ser assim, felizes.
Com tempo para brincadeiras, correrias nos pátios da escola, sorrisos abertos.
Aquela menina possuía no entanto… um dom especial.
No recanto seguro do seu quarto, pintava pedras.
Grandes, pequenas, de todas as formas e feitios. Aprendera a gostar das pedras, tal como aprendera a gostar de pintar, observando a mãe, quando esta se perdia no jardim, falando com as flores.
Como era linda, a sua mãe.
E como gostava de a desenhar, de memória, de olhos fechados, rabiscando na folha de papel os traços meigos do seu rosto.
Naquele momento, as suas mãos seguravam duas pequenas pedras, estranhamente iguais a dois corações. Encontrara-as à beira do rio, encostadas uma à outra.
Quando reparou nelas, foi como se um vento súbito lhe varresse a alma de uma cor límpida, como se de repente a primavera tivesse entrado sem pedir licença a ninguém. Apanhou-as, cheia de cuidado.
Agora… agora as duas pequenas pedras, os dois pequenos corações fitavam-na, pousados sobre a mesa de madeira do quarto, a tinta vermelha ainda por secar, brilhantes.
Uma seria para si.
Guardá-la-ia sempre junto ao coração.
A outra… sempre tivera um destino certo para ela…
Pouco depois, descia as escadas a correr, um embrulho a chocalhar com uma pequena pedra colorida dentro, um vistoso laço vermelho por fora.
- Mãe…. Mãe… - ia gritando - onde estás? Tenho aqui uma prenda para ti… onde estás?
Nota: Para a Gislene, uma daquelas raras pessoas que sabe contagiar os outros.
"A caridade é um exercício espiritual... Quem pratica o bem, coloca em movimento as forças da alma."
Esperança...
Mahatma Gandhi
"A fé - um sexto sentido - transcende o intelecto sem contradizê-lo."
Carl Sagan
"Somos, cada um de nós, uma multidão. Dentro de nós existe um pequeno universo."
Por Chico Xavier
"A aceitação é a chave através da qual acharemos forças para suportarmos as provações."
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"Uma mulher se aproxima de Chico, e reclama das amarguras da vida. Então, ele diz: Minha filha, vida doce demais dá diabetes."
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"Lembra-te de que falando ou silenciando, sempre é possível fazer algum bem."
Vida
Clarice Lispector
"Que ninguém se engane, só se consegue a simplicidade através de muito trabalho."
"As coisas mais simples da vida são as mais extraordinárias, e só os sábios conseguem vê-las."
CHICO XAVIER
"Sonhos não morrem, apenas adormecem na alma da gente."
Soneto da Fidelidade
"De tudo ao meu amor serei atento Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto Que mesmo em face do maior encanto Dele se encante mais meu pensamento. Quero vivê-lo em cada vão momento E em seu louvor hei de espalhar meu canto E rir meu riso e derramar meu pranto Ao seu pesar ou seu contentamento E assim, quando mais tarde me procure Quem sabe a morte, angústia de quem vive Quem sabe a solidão, fim de quem ama Eu possa me dizer do amor (que tive): Que não seja imortal, posto que é chama Mas que seja infinito enquanto dure."
[Vinícius de Moraes]
DIREITOS AUTORAIS
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