terça-feira, 28 de maio de 2013

DO AMOR

terça-feira, 28 de maio de 2013
[Marie-Thérèse, face et profil (1931), óleo sobre tela de Pablo Picasso]


"Falo do amor ao despertar, falo do amor quando sonho, com as flores, com os campos, as fontes, os ecos, o ar, os ventos, e se não houver alguém que me escute, falo deste amor comigo mesmo."

[Wolfgang Amadeus Mozart]


domingo, 12 de maio de 2013

VERDADES E MENTIRAS SOBRE AS MÃES

domingo, 12 de maio de 2013
[Vincent van Gogh - Girassóis -c- 1888]


Mãe é mãe: mentira. 
Mãe foi mãe, mas faz um tempão. Agora mãe é jogadora de basquete, é top model, é atriz, é superstar. Mãe, além disso, é pediatra, cozinheira, lavadeira, psicóloga, motorista. Também é política, tirana, ditadora, não tem outro jeito. Mãe é pai. Sustenta a casa, fuma charuto e está jogando um bolão. Mãe é irmã: empresta as roupas, vai a shows de rock e disputa namorado com a filha. Mãe é avó: pode ter um neto da mesma idade que seu filho. Mãe é deputada, é sem-terra, é destaque em escola de samba, é guarda de trânsito, é campeã de aeróbica. Só não é santa, casta e pura, a não ser que você acredite em milagres. Mãe foi mãe, agora é mãe também. 

Mãe é uma só: mentira. 
Todas as crianças que têm uma avó presente e participativa, de certa forma, têm duas mães. Empregadas que vivem na casa da família desde o nascimento até o casamento da garotada também merecem o título de mães de criação. Hoje foram substituídas por babás que, mesmo sem criarem os laços afetivos de antigamente, continuam sendo de uma ajuda valiosa. Uma médica que salve uma vida, uma fisioterapeuta que corrija uma deficiência, uma advogada que liberte um inocente, todas são um pouco mãe. A própria Camille Paglia, que conhece o instinto maternal só de fotografia, admitiu numa entrevista que lecionar não deixa de ser uma forma de exercer a maternidade. O certo seria: mãe, todos têm pelo menos uma. 

Ser mãe é padecer no paraíso: mentira. 
Que paraíso, cara-pálida? Paraíso é o Taiti, a Grécia, Bora-Bora, onde criança não entra. Estamos falando da vida real, que é ótima, muitas vezes, e aborrecida, quase sempre. Quanto a padecer, bobagem. Tem coisas muito piores do que acordar de madrugada no inverno para amamentar o bebê, trocar fraldas e fazer arrotar. Por exemplo? Ficar de madrugada esperando o filho adolescente voltar da festa de um amigo que você nunca ouviu falar, num sítio que você não tem a mínima ideia onde fica. 

Maternidade, missão de toda mulher: mentira. 
Maternidade não é serviço militar obrigatório. Deus nos deu um útero mas o diabo nos deu poder de escolha. Filhos, melhor não tê-los, mas se não os temos, como sabê-los? Vinícius de Moraes, que era homem, tinha as mesmas dúvidas. Não tê-los não é o problema, o problema é descartar essa experiência. Eu prefiro não deixar nada pendente para a próxima encarnação e estou vivendo tudo o que acho que vale a pena nesta vida mesmo, que é pequena mas tem bastante espaço. Mas acredito que uma mulher pode ser perfeitamente feliz sem ter filhos, assim como uma mãe padrão, dessas que têm seis crianças agarradas no avental, pode ser feliz sem nunca ter conhecido Paris, sem nunca ter dado um mergulho no mar, sem nunca ter lido um livro. É difícil, mas acontece. 

Mamãe eu quero: verdade. 
Você pode não querer ser uma, mas não conheço ninguém que não queira a sua.

[Martha Medeiros, Verdades e mentiras sobre as mães, maio de 1996. Do livro Topless]

sexta-feira, 10 de maio de 2013

WOMEN

sexta-feira, 10 de maio de 2013
[Duas Marias e uma Madalena, arte de Angela Felipe]

"Todos sabemos que o céu ainda não está acabado. São as mulheres que, desde há milênios, vão tecendo esse infinito véu."

[Mia Couto in, 'A Confissão da Leoa']


domingo, 5 de maio de 2013

NHÁ CHICA DE BAEPENDI (BEATIFICADA EM 4 MAIO 2013)

domingo, 5 de maio de 2013

O que é um milagre? Existem definições de todos os tipos: algo que vai contra as leis da natureza, intercessões em momentos de crise profunda, coisas cientificamente impossíveis, etc. Eu tenho minha própria definição: milagre é aquilo que enche o nosso coração de paz. Ás vezes se manifesta sob forma de uma cura, de um desejo atendido, não importa – o resultado é que, quando o milagre acontece, sentimos uma profunda reverência pela graça que Deus nos concedeu.

Há vinte e tantos anos atrás, quando eu vivia meu período hippie, minha irmã me convidou para ser padrinho de sua primeira filha. Adorei o convite, fiquei contente que ela não me pediu para que cortasse os cabelos (naquela época, chegavam até a cintura), nem me exigiu um presente caro para a afilhada (eu não teria como comprar). A filha nasceu, o primeiro ano se passou, e o batizado não acontecia nunca. Achei que minha irmã tinha mudado de idéia, fui perguntar o que havia acontecido, e ela respondeu: "Você continua padrinho. Acontece que eu fiz uma promessa para Nhá Chica, e quero batizá-la em Baependi, porque ela me concedeu uma graça".

Não sabia onde era Baependi, e jamais tinha escutado falar de Nhá Chica. O período hippie passou, eu me tornei executivo de gravadora, minha irmã teve uma outra filha, e nada de batizado. Finalmente, em 1978, a decisão foi tomada, e as duas famílias – dela e de seu ex-marido – foram a Baependi. Ali eu descobri que a tal Nhá Chica, que não tinha dinheiro nem para seu próprio sustento, havia passado 30 anos construindo uma igreja e ajudando os pobres.

Eu vinha de um período muito turbulento em minha vida, e já não acreditava mais em Deus. Ou melhor, dizendo, já não achava que procurar o mundo espiritual tinha muita importância: o que contava eram as coisas deste mundo, e os resultados que pudesse conseguir. Tinha abandonado meus sonhos loucos da juventude – entre os quais, ser escritor – e não pretendia voltar a ter ilusões. Estava ali naquela igreja para apenas cumprir um dever social; enquanto esperava a hora do batizado, comecei a passear pelos arredores, e terminei entrando na humilde casa de Nhá Chica, ao lado da igreja. Dois cômodos, e um pequeno altar, com algumas imagens de santos, e um vaso com duas rosas vermelhas e uma branca.

Num impulso, diferente de tudo o que eu pensava na época, fiz um pedido: se, algum dia, eu conseguir ser o escritor que queria ser e já não quero mais, voltarei aqui quando tiver 50 anos, e trarei duas rosas vermelhas e uma branca.

Apenas para me lembrar do batizado, comprei um retrato de Nhá Chica. Na volta para o Rio, o desastre: um ônibus pára subitamente na minha frente, eu desvio o carro numa fração de segundo, o meu cunhado também consegue desviar, o carro que vem atrás se choca, há uma explosão, vários mortos. Estacionamos na beira da estrada, sem saber o que fazer. Eu procuro no bolso um cigarro, e vem o retrato de Nhá Chica. Silencioso em sua mensagem de proteção.

Ali começava minha jornada de volta aos sonhos, à busca espiritual, à literatura, e um dia eu me vi de novo no Bom Combate, aquele que você trava com o coração cheio de paz, porque é resultado de um milagre. Nunca me esqueci das três rosas. Finalmente, os cinqüenta anos – que naquela época pareciam tão distantes – terminaram chegando.

E quase passam. Durante a Copa do Mundo, fui a Baependi pagar minha promessa. Alguém me viu chegando em Caxambu (onde pernoitei), e um jornalista veio me entrevistar. Quando eu contei o que estava fazendo ali, ele pediu:
- Fale sobre Nhá Chica. O corpo dela foi exumado esta semana, e o processo de beatificação está no Vaticano. As pessoas precisam dar seu testemunho.
- Não – disse eu. – É uma história muito íntima. Só falaria se recebesse um sinal. E pensei comigo mesmo: "O que seria um sinal? Só mesmo se alguém falasse em nome dela!"

No dia seguinte, peguei o carro, as flores, e fui a Baependi. Parei um pouco distante da igreja, lembrando o executivo de gravadora que estivera ali tanto tempo antes, e as muitas coisas que tinham me conduzido de volta. Quando ia entrando na casa, uma mulher jovem saiu de uma loja de roupas:
- Vi que seu livro "Maktub" é dedicado a Nhá Chica – disse ela. – Garanto que ela ficou contente.

E não me pediu nada. Mas aquele era o sinal que eu estava esperando. E este é o depoimento público que eu precisava dar.

[by Paulo Coelho on May 4, 2013]

Francisca de Paula de Jesus, dita Beata em Baependi, MG, em 04 de Maio de 2013, conhecida popularmente como Nhá Chica, nasceu em 1810, no povoado de Santo Antônio do Rio das Mortes Pequeno, um dos atuais cinco distritos de São João del-Rei, município do estado brasileiro de Minas Gerais/Brasil. 
Filha e neta de escravos, Francisca de Paula de Jesus ficou órfã aos dez anos. Mulher humilde, era fervorosa devota de Nossa Senhora da Conceição, e, a pedido da mãe, passou a vida inteira a dedicar-se à prática de caridade. Leiga, foi chamada ainda em vida de "a mãe dos pobres" e era respeitada por todos que a procuravam, desde os mais humildes aos homens do Império. Durante 30 anos, reuniu doações para construir a capela de Nossa Senhora da Conceição, onde hoje funciona o Santuário da Conceição, na cidade mineira de Baependi.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

UNÂNIME

quinta-feira, 2 de maio de 2013
[Dante Gabriel Rossetti, Dantis Amor, 1860]

"Os problemas de relacionamento são os mesmos para todas as pessoas, mas todas elas, também, estão convencidas de que essas coisas só acontecem com elas. São problemas de longa data, são problemas humanos."

[Oscar Quiroga, 2-5-2013, Touro]


quarta-feira, 1 de maio de 2013

ENERGIA ÍNTIMA

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Prestem atenção a quem você compartilha sua energia íntima. A intimidade, a este nível, entrelaça sua energia com a energia da outra pessoa. Essas conexões poderosas, independentemente de quão insignificante você acha que elas sejam, deixam detritos espirituais, particularmente nas pessoas que não praticam qualquer tipo de limpeza física, emocional ou de outra forma... Quanto mais você interagir intimamente com alguém, mais profunda será sua ligação e mais suas auras se entrelaçarão. Imagine a aura confusa de alguém que dorme com várias pessoas e absorve estas múltiplas energias? O que elas podem não perceber é que há energias que conseguem repelir a energia positiva e atrair, assim, energia negativa em sua vida.

Eu sempre digo, nunca dormir com alguém que você não gostaria de ser.


Pay attention to whom you share your intimate energy with. Intimacy at this level intertwines your aural energy with the aural energy of the other person. These powerful connections, regardless of how insignificant you think they are, leave spiritual debris, particularly within people who do not practice any type of cleansing, physical, emotional or otherwise. The more you interact intimately withsomeone, the deeper the connection and the more of their aura is intertwined with yours. Imagine the confused aura of someone who sleeps with multiple people and carries around these multiple energies? What they may not realize is that others can feel that energy which can repel positive energy and attract negative energy into your life.

I always say, never sleep with someone you wouldn’t want to be.

[Lisa Chase Patterson] 


 
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