[Lady with Hat and Featherboa, 1909, Gustav Klimt]
É corpo de mulher, é pensamento. Não anda, pensa. Uma mulher parada ainda está se movimentando.
É um cuidado com o cotovelo, um préstimo das sobrancelhas, a sombra preciosa do pescoço.
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Ela se modifica ao andar. Os seios logo se alinham aos cabelos; os cabelos logo formam as alças do vestido. Tanto que o homem olha e olha uma mulher, sem chegar a uma conclusão.
Olha porque pensa que perdeu o início do movimento. É como um filme que se toma pela metade quando o final estava no início.
Ele não consegue assobiar uma mulher. Pasmo, pode ser confundido com um tarado ou criminoso. O perfil abobado, a boca aberta esperando espanto. Aquilo que ele definiu não é mais. Ela será outra no próximo respiro. Ele se apaixona para se aproximar, afasta-se para não ficar louco.
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Não concordo com Rubem Braga, apesar de amá-lo, que "a mais boa mulher feia não pode fazer tão bem quanto a mais ruim mulher bonita". Uma mulher não é bonita, torna-se particularmente bonita. Em especial, quando o elogio que ela se deu coincide com o elogio que recebe. Eu diria: a mais bonita mulher em desvalia não pode fazer tão bem quanto a mais confiante mulher feia.
Beleza é o que não enxergamos dentro da beleza. É o que nos intriga dentro da clareza.
[Fabrício Carpinejar, trecho crônica 'Desde lá', do livro Canalha!, Editora Bertrand Brasil]
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O Natal acontece no coração, ao fazermos pelos demais o que Jesus fez por nós... ao deixar o Seu Espírito reinar em nossos corações ... ao deixar o Seu amor ter preeminência nas nossas interações.
Feliz Natal e um Ano Novo envolto em ótimos fluidos.
Beijos.
Maria José
Maria José,
Que o seu Natal seja belo junto aos seus familiares e amigos! Muita luz , muita paz à você!
Um abraço carinhoso,
Gislene.
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