terça-feira, 25 de maio de 2010

MILHO DE PIPOCA

terça-feira, 25 de maio de 2010


Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho para sempre.

Assim acontece com a gente.

As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo.

Quem não passa pelo fogo, fica do mesmo jeito a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e uma dureza assombrosas. Só que elas não percebem e acham que seu jeito de ser é o melhor jeito de ser. Mas, de repente, vem o fogo.

O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos: a dor.

Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um filho, o pai, a mãe, perder o emprego ou ficar pobre.

Pode ser fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade, depressão ou sofrimento, cujas causas ignoramos.

Há sempre o recurso do remédio: apagar o fogo! Sem fogo o sofrimento diminui. Com isso, a possibilidade da grande transformação também.

Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro cada vez mais quente, pensa que sua hora chegou: vai morrer. Dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar um destino diferente para si.

Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada para ela. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo a grande transformação acontece: BUM!

E ela aparece como uma outra coisa completamente diferente, algo que ela mesma nunca havia sonhado. Bom, mas ainda temos o piruá, que é o milho de pipoca que se recusa a estourar.

São como aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem. A presunção e o medo são a dura casca do milho que não estoura. No entanto, o destino delas é triste, já que ficarão duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca, macia e nutritiva. Não vão dar alegria para ninguém.

[Extraído do livro: O Amor que Acende a Lua, de Rubem Alves]

"Quando a gente acha que tem todas as respostas, vem a vida e muda as Perguntas..."

3 bilhetes:

Teresa Cristina disse...

Nada como ser pipoca!!!
Já conhecia esta reflexão....obg por compartilhar, é sempre bom rever....bjs♥

ValériaC disse...

Lindo demais este texto amiga...
A Vida realmente é como uma grande panela, que de um jeito ou de outro nos empurra a virarmos pipocas,através de nossas aprendizagens... se bem que sempre tem aqueles milhos mais durinhos de se transformarem, que vão sofrer por mais tempo até cederem e mudar.
Beijos
Valéria

Elizabeth disse...

Oi Amiguinha,
Realmente, quando não avançamos, eis que a misericórda de Deus, nos dá um empurrãozinho e aí começamos a espernear. Chamamos de sofrimento, o que na verdade é evolução.
Beijo, parabéns pela escolha das postagens, voce é, mesmo, demais.

 
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