UM POUCO MAIS SOBRE MEDIUNIDADE

“Ser médium é ser ajudante do Mundo Espiritual. E ser ajudante em determinado trabalho é ser alguém que auxilia espontaneamente, descansando a cabeça dos responsáveis.” – Emmanuel/Chico Xavier, em “Seara dos Médiuns”

Ser médium não é privilégio – é concessão de serviço.

O médium, seja ele qual for, é um companheiro, como tantos outros – não deve ser tratado com especial deferência.

Em raríssimos sensitivos, a mediunidade se apresenta com caráter de missão – na imensa maioria, é oportunidade de trabalho e resgate.

Em termos de sintonia mediúnica, não existem técnicas facilitadoras – a entrosagem mediúnica, tanto para o espírito quanto para o médium, é tarefa para o cotidiano.

A condição moral do médium não é fator determinante para que esta ou aquela faculdade possa nele existir – a qualidade da produção de qualquer faculdade, porém, diz respeito à elevação das companhias espirituais que o médium consiga atrair.

Em muitos medianeiros, o amor à Causa supre determinadas limitações do instrumento em si.

A um excelente instrumento mediúnico, mas sem sincero comprometimento com o Ideal, os Espíritos Amigos preferem outro que, embora revele deficiência no que tange à recepção, age completamente isento de interesse pessoal.

Na lavoura mediúnica, a pior praga é a erva daninha da vaidade que possa proliferar no médium.

Todo comunicado do Mais Além deve ser submetido ao crivo da razão, mas também o que o médium diz por sua própria conta e risco, também.

Mediunidade não é para ser vulgarizada na especulação sobre as vidas passadas de quem seja.

Cautela redobrada com o médium que vive “arranjando” reencarnações para os outros – o intuito, quase sempre, é o de tirar partido de tais falsas revelações.

O médium mais passível de ser ludibriado e de ludibriar é o de clarividência. O médium que vive enxergando muitos espíritos, quando e onde quer, perde até mesmo a visão do bom senso.

A maior dúvida que assola este ou aquele médium, na maioria das vezes, é concernente às suas próprias intenções – o médium, quando bem intencionado, não duvida tanto da presença dos espíritos ao seu lado.

Médium e espírito devem e precisam estudar, pois, ignorância por ignorância, melhor seria se estivéssemos continuando em recorrer ao concurso das “mesas girantes”.

Muita gente se preocupa com animismo e se esquece da mistificação – em mediunidade, o animismo é natural, mas a mistificação é desonestidade!

Todo candidato a médium deveria começar empunhando uma bela vassoura no terreiro – depois, gradativamente, ir subindo na escala hierárquica: sopeiro, rezadeiro, esmoleiro, panfleteiro, pedreiro, carpinteiro, costureiro, enfermeiro e, por fim, sobrando ânimo, medianeiro!

INÁCIO FERREIRA

Uberaba - MG, 25 de maio de 2010.

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