quarta-feira, 11 de novembro de 2009

O ENCONTRO DOS REIS

quarta-feira, 11 de novembro de 2009
[texto meu]" Em pé, sobre os rochedos vermelhos e brancos, e observando o caminho do sol nascente, ele só enxergava o deserto da Arábia... Julgando-se pela aparência, lhe daríamos 45 anos. A barba, outrora de um negro profundo, esvoaçando sobre o peito, era listrada de branco. Seu rosto era marrom como um grão de café seco, e tão escondido por um rubro kufiyeh(pano que cobre a cabeça). De vez em quando ele erguia os olhos, grandes e escuros. Soltando o cordão de seda que mantinha o kufiyeh em sua cabeça, desenrolou as dobras até que seu rosto ficasse à mostra. Tinha a aparência dos faraós... Da raça egípcia... Usava o kamis, uma camisa branca de algodão, de mangas apertadas, aberta na frente, estendendo-se até os tornozelos e bordada no colarinho e no peito, sobre a qual estava atirado um pano de lã marrom. Os pés estavam protegidos por sandálias, presas por tiras de couro macio.
Os membros do viajante encontravam-se amortecidos, pois a jornada fora longa e cansativa; assim, ele esfregou as mãos, bateu os pés contra o solo e caminhou ao redor de sua fiel montaria...
Não havia dúvida sobre a confiança do estranho na chegada da companhia esperada...
Voltando-se para o dromedário, falou baixo numa língua estranha para o deserto.
- Estamos longe de casa, ó corredor dos ventos velozes...
Então apanhou algumas favas dentro de um bolso na sela e deu de comer ao animal.
- Eles virão - disse ele, calmamente. - Ele, que me guia, os está guiando. Vou me aprontar.
De uma cesta de salgueiro que fazia parte da mobília, retirou provisões suficientes para preparar uma refeição: bandejas, vinho em pequenos odres, romãs sírias sem sementes, tâmaras grandes e suculentas, pão levedado; tudo isso ele carregou para o tapete da tenda. Como preparação final, colocou três pedaços de seda, para os que ali se sentassem, pudessem cobrir os joelhos...
Tudo pronto agora. Ele saiu: lá estava! Para o leste, um ponto escuro sobre a face do deserto. O ponto cresceu. Já ao alcance da vista, oscilava um sósia de seu próprio dromedário, alto e branco, ostentando uma liteira hindu.
- Somente Deus é grande! - exclamou ele, os olhos cheios de lágrimas, a alma cheia de temor...
O estranho aproximou-se, desceu de sua montaria, olharam um ao outro e abraçaram-se.
- Que a paz esteja convosco! Me chamo Melchior.
- E contigo, ó irmão da fé! - Respondeu o egípcio. - Sou Baltazar.
O recém chegado era alto, olhos afundados, cabelos e barbas brancas. Face de tom canela. Seu traje era hindu, de linho branco; sobre o alto da cabeça havia um xale enrolado em grandes dobras, formando um turbante; as calças eram presas à altura dos tornozelos. No lugar de sandálias, os pés eram protegidos por chinelos de couro vermelhos, com a ponta afilada.
- Mas vamos esperar... vamos esperar, para ver, pois outro vem por aí! - Disse o egípicio.
Olharam para o Norte, onde, já bastante à vista, um terceiro camelo, da brancura dos outros, vinha se aproximando.
Seu porte era menor; sua pele branca; uma massa de cabelos claros e ondulados; seus olhos azuis indicavam uma mente delicada e uma natureza cordial e corajosa. Tinha a cabeça descoberta, sobre as dobras do cobertor
tírio que usava, aparecia uma túnica, de mangas curtas e decote baixo, presa à cintura por uma faixa; nos pés sandálias. Bons 50 anos, provavelmente mais, haviam passado por ele. Era originário de Atenas. Era Gaspar.
Então os três se cumprimentaram.
Baltazar falou: - A tenda está estendida e o pão pronto para ser quebrado.
Tomando os dois pela mão, ele os levou para a tenda, removeu-lhes as sandálias e lavou-lhes os pés, verteu água sobre as mãos e as secou.
Iriam fazer a primeira refeição juntos...
Muito falaram, sobre suas origens, e o destino que os aguardava...
Silêncio se fez, quebrado por suspiros e santificado com lágrimas; pois a alegria que os permeava não podia ser contida.
O deserto estava tão quieto como o céu. O sol caía rápido. Os dromedários descansavam.
Pouco depois, a tenda foi desarmada e os alimentos não consumidos , guardados na liteira; então os amigos montaram, e partiram em fila simples, liderados pelo egípcio. Seu curso era para Oeste, dentro da noite fria.
Por fim, a lua apareceu.
Repentinamente, no ar perante eles, não mais elevada do que uma colina baixa, inflamou-se uma chama bruxuleante. Enquanto olhavam para ela, a aparição se contraiu num foco de brilho ofuscante. Os corações bateram depressa; as almas se regozijaram, e gritaram a uma só voz:
- A Estrela! A Estrela! Deus está conosco! "
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A designação "Mago" era dada entre os Orientais, à classe dos Sábios ou Eruditos, contudo esta palavra também era usada para designar os Astrólogos.
Pode-se dizer, que a adoração dos Reis Magos ao Menino Jesus, simboliza a homenagem de todos os homens na Terra ao Rei dos reis, mesmo os representantes dos tronos, senhores da Terra, curvam-se perante Cristo, reconhecendo assim, a sua divina realeza.
BALTAZAR, levava mirra, erva amarga e que simbolizaria o sofrimento que Cristo enfrentaria na Terra; era o Egípcio.
MELCHIOR, levava incenso, para simbolizar a divindade de Jesus; era o Hindu.
GASPAR, levava ouro, pela nobreza de Jesus; era o Grego.
Segundo a tradição, a Estrela de Belém, guiou, os três, por mais de quarenta dias, desde o Oriente, ponto onde se deu o encontro deles, até Belém, a cidade onde nasceu Jesus, para que pudessem presenteá-lo, passando por diversas intempéries pelo caminho...
Por isso, dia 11 de novembro, é lembrado como a data em que se deu o início desta grande viagem... É o dia em que se dá, de fato, o início das comemorações Natalinas... Então, é hora de enfeitar suas casas! Coloque, nem que for apenas um enfeitinho na porta...
Entramos neste período que considero, o mais importante de nossas vidas...
Em que relembramos, o nascimento entre os homens, do
Caminho, da Verdade e da Vida...
Que marcou para todos nós, uma nova era...


[Nota: Ben-Hur, Uma História dos tempos de Cristo
1880, Lew Wallace, Editora Martin Claret]

10 bilhetes:

Elizabeth disse...

Oi Gislene,
Que lindo!
Um beijo, minha linda.

Lori disse...

Adorei a história e vou pensar em algo para colocar no meu Ap afinal todos merecemos nos contagiar com essa viajem...beijokas elis!!!!!!

entremares disse...

Como nos faz falta a todos uma estrela no céu...

Podia até ser um mero cometa, uma lua, qualquer coisa. para além do nome, a estrela carrega um sonho.

É isso que conta.

Muitos beijos
Rolando

Teresa disse...

Ola!Gislene
amiga, vamos celebrar o Nascimento do Mestre Maior, enfeitando nossos lares, para a grande chegada.
maravilhoso texto, Parabéns!!!
bjos no coração e fique com o Mestre Divino a iluminar sempre seus pensamentos e ações,
Teresa Grazioli

Lori disse...

Obrigado pelas dicas do Layout ameiiiiiiiiiiii....valeu mesmo...beijokas elis!!!!!!

lis disse...

Gislene
É a epoca de celebraçao e de relfletir sobre esse texto que relembra a chegada da estrela que comnada o Universo.
muitos abraços

Unknown disse...

Muito bonito o seu texto.Parabéns!bjs

Cândida Ribeiro disse...

Olá Gislene,

Venho agradecer a sua visitinha ao meu cantinho e dizer que adorei o seu.
Linda esta história dos Reis que adoraram o menino Jesus.
Parabéns pela sua família...linda!


Beijinho com muita luz.

Gislene disse...

ROLANDO,
COM CERTEZA A ESTRELA ESTARÁ SEMPRE LÁ NO CÉU, A EMBALAR NOSSOS SONHOS...
BEIJOS, GISLENE.

Igor disse...

Que legal.. não sabia sobre este dia 11 de novembro.. mas em muitas culturas, como Russa, Ukraniana e outras, o dia 25 de dezembro se celebra o nascimento de Jesus e no dia 06 de janeiro é quando eles trocam presentes, pois foi neste dia que os Reis Magos chegaram para presenter Jesus.

é um dia muito importante no ano, pois é meu aniversário ....rsrsrsrsrs


Bjs..

 
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