[Nigéria, África, MSF Médicos Sem Fronteiras]
No universo a caridade,
Em contraste ao vício infando,
É como um astro brilhando
Sobre a dor da humanidade!
Nos mais sombrios horrores
Por entre a mágoa nefasta
A Caridade se arrasta
Toda coberta de flores!
Semeadora de carinhos,
Ela abre todas as portas
E no horror das horas mortas
Vem beijar os pobrezinhos.
Torna as tormentas mais calmas,
Ouve o soluço do mundo
E dentro do amor profundo
Abrange todas as almas.
O céu de estrelas se veste
E em fluidos de misticismo
Vibra no nosso organismo
Um sentimento celeste.
A alegria mais acesa
Nossas cabeças invade ...
Glória, pois, à Caridade,
No seio da Natureza!
ESTRIBILHO:
Cantemos todos os anos
Na festa da Caridade
A solidariedade
Dos sentimentos humanos.
[Augusto dos Anjos (1884-1914) está entre os poetas brasileiros que viveram a sabedoria universal. Os versos a seguir, que podem ser lidos como uma oração, têm um sabor e um tom simultaneamente cristão e budista. Reproduzido do volume "Augusto dos Anjos, Obra Completa", Ed. Nova Aguilar, Rio de Janeiro, 2004, 884 pp., ver p. 491;
fonte http://www.filosofiaesoterica.com]
2 bilhetes:
Nossa, muito emocionante: lindo! Precisamos ler mais poesias assim, para írmos em busca da caridade! abraços
Gislene,
é uma grande ispiração para um próximo poema meu.
Visite meu blog e leia NÃO MATE AS FLORES.
Felicidade,
Márcio
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