E assim, mais um amigo se vai.
Mais uma vítima da violência.
Rolando Palma era escritor.
Um especial escritor.
Fazia malabarismo com as palavras e o resultado - lindos contos, contos que nos faziam refletir, nos faziam sorrir, nos emocionavam e exploravam o que há de melhor em cada um de nós.
Um dia ele escreveu assim para mim:
Nota: Para a Gislene, uma daquelas raras pessoas que sabe contagiar os outros.
E o que fica... é a amizade, a saudade e suas últimas palavras que me foram endereçadas:
Não existe o "morrer". Seria ilógico, irracional... que quando observamos que tudo à nossa volta se transforma e evolui, nós próprios fossemos a excepção e estivessemos condenados à aniquilação total.
Lembro-me de um dia imaginar um cenário ( como se fosse uma história ) em que um navegador, na ponta da europa, olha para o mar com angústia, tentando adivinhar como será o Novo Mundo. Ele não vê, vê simplesmente um mar intransponivel. Mas a existência do mar não nega a existência do Novo Mundo, pois não?
Quando muito, só reforça a ideia de que todos temos medo da viagem....
Tudo de bom para ti,
...Obrigada Rolando, obrigada amigo,
Vai com Deus.
Gislene.